Sei que muitos de vocês querem ler este livro, eu já o li e venho deixar-vos a minha opinião :)
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 216
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722354608
Coleção: Diversos Infantis e
Juvenis
Passava pouco da
meia-noite quando o monstro apareceu. Mas não era exatamente o monstro de que
Conor estava à espera...
A escuridão, o vento, os gritos. O mesmo pesadelo noturno desde que a mãe de Conor ficou doente. Tudo é tão aterrorizador que Conor não se mostra assustado quando uma árvore próxima de sua casa se transforma num monstro... Mas só o monstro sabe que Conor esconde um segredo e é o único a estar ao seu lado nos seus maiores medos.
Inspirado numa ideia original da escritora Siobhan Dowd, que morreu de cancro em 2007, Patrick Ness criou uma história de uma beleza tocante, que aborda verdades dolorosas com elegância e profundidade, sem nunca perder de vista a esperança no futuro. Fala-nos dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para os ultrapassar.
É com ilustrações soberbas que complementam e expandem a beleza do texto que a fantasia e realidade se misturam em Sete Minutos Depois da Meia-Noite.
Sobre
os autores
Patrick Ness
Nacionalidade: Estados Unidos Da
América
Patrick Ness
nasceu na Virgínia, Estados Unidos, mas vive em Londres desde 1999. É
considerado uma das vozes mais talentosas da literatura inglesa contemporânea
para jovens adultos e tem sido distinguido com alguns dos mais prestigiados
prémios literários, entre eles a Carnegie Medal, o Guardian Children’s Fiction
Prize, o Costa Children’s Book of the Year Prize e o Booktrust Teenage Prize
Jim Kay
Nacionalidade: Estados Unidos Da
América
Jim Kay estudou
ilustração e trabalhou nos arquivos da Tate Gallery e dos Royal Botanic
Gardens, Kew, duas experiências que influenciaram muito o seu trabalho. As
ilustrações de Sete Minutos Depois da Meia-Noite foram premiadas com a CILIP
Kate Greenaway Medal.
Siobhan Dowd
Escritora
Nascimento: 4 de Fevereiro de 1960, Londres, Reino Unido
Falecimento: 21
de Agosto de 2007, Oxford, Reino Unido
Prémio: Carnegie Medal
Indicações: Guardian
Children's Fiction Prize, Prémio Edgar: Melhor Livro Jovem Adulto
Opinião
Ao longo da minha
aventura enquanto leitora tenho-me deparado com livros que me ensinam a crescer
interiormente, uma mudança lenta, mas que me tem ajudado a perceber e a lidar
com certas partes passadas que me vão vindo ao pensamento e, este foi um desses
livros.
Antes de começar a falar do enredo e de tudo a que ele se encontra ligado,
quero olhar novamente para esta capa fabulosamente horripilante (capa original,
felizmente, mantida) e relembrar-me porque decidi dar uma oportunidade a este
livro, como bem sabem, sou a fanática da ilustração que finge perder tempo na
fnac para ficar mais um bocadinho a folhear este ou aquele livro. Esta capa
transmite aquele sentimento de horror que muitas vezes nos vem visitar quando
estamos a ter um pesadelo, aquela sensação de querer abrir a porta, mas ter
demasiado medo para o fazer, o esconder por detrás de uma criatura que não
queremos que nos veja ou o simples seguir de pisadas estranhas. Fico feliz por
ter tido a coragem de abrir, folhear, ler, apreciar e guardar.
Outro ponto que gostaria imenso de salientar é algo que me deixou
extremamente deliciada e admirada, nunca leio as notas de autores e muito menos
os agradecimentos, mas esta de certa forma captou a minha atenção. Achei que
Patrick Ness demonstrou uma humildade que não é muito comum nos dias de hoje ao
referir na sua nota a pessoa que teve a ideia principal para este livro, falo
claro de Siobhan Dowd, a escritora de young adult que infelizmente faleceu
antes de concretizar o sonho de publicar mais um livro.
Este livro é, como diz o próprio autor, uma junção de pensamento, uma ideia
que puxou outra ideia e no final se transformou naquilo que hoje tenho nas
minhas mãos, um conto, uma reviravolta emocional que me deixou com aquele
sentimento de missão cumprida e de coração cheio.
Eu não queria escrever muito sobre este livro, até porque criei na minha
cabeça e no meu imaginário compreensivo uma interpretação bastante própria da
sua mensagem e, tenho medo que esteja a induzir em erro alguém porque este
livro é no fim de contas uma lição que cada um poderá tirar e interpretar à sua
maneira e esta é a minha.
Conor é um adolescente aparentemente normal, a única diferença é que a
escola se tornou demasiado cinzenta para si porque toda a gente se preocupa em
não aleijar ou importunar “o coitadinho” cuja mãe se encontra doente.
A doença da mãe de Conor é como uma estaca no seu coração, ele sabe que a
qualquer momento ela pode cravar-se mais fundo, mas ao mesmo tempo vive dentro
de uma bolha de esperança e acredita que tudo voltará a ser como era antes.
Conor vive assombrado por um pesadelo que não compreende, um misto de medo,
dor, solidão que não consegue associar a um acontecimento ou momento presente e
é no final de uma dessas viagens assombradas que às 00.07 lhe aparece o tão
afamado monstro.
Eu gosto de pensar que o monstro é uma espécie de metáfora, é suposto que
nós enfrentemos os nossos maiores medos quando eles nos atacam e eu creio que
este monstrinho sábio veio para mostrar ao Conor que até a criatura mais
horrenda e assustadora pode ser, no fundo, a companhia que será capaz de nos
compreender e mostrar o caminho certo.
Ao longo de toda a narrativa, são-nos apresentadas três histórias e é
suposto que a partir delas, Conor seja capaz de contar a sua própria história,
a verdade que teme em sibilar e que tanto o persegue.
Fiquei extremamente viciada no livro, na sua história, na sua temática e a
ideia foi tão bem concebida e executada que me vi a mim mesma a acompanhar todo
o desenvolvimento emocional retratado no livro e representado pelo Conor, senti
toda aquela raiva e no final a aceitação, o conformar-me com a vida e com
aquilo que ela nos dá independentemente da sua natureza boa ou má.
Este é um livro para qualquer idade e para qualquer leitor, mas engane-se
quem espera encontrar o dramático recontar do livro “A culpa é das estrelas” de
John Green, nem de perto nem de longe se parecem um com o outro, apesar de
partilharem o mesmo tipo de sentimentos e dores, há uma diferente abordagem das
várias fases da dor e eu acho que este é mais conformista, mais de aceitação e
menos de dramatismos (e eu adorei “A culpa é das estrelas, atenção, são apenas
diferentes).
Recomendo-vos mesmo este livro, quer gostem ou não do tema porque por mais
que nos tentemos desviar dele ou tentar apagá-lo da nossa mente, infelizmente
ele rodeia-nos e a cada dia que passa parece que a sua força aumenta, cabe-nos
a nós criar defesas e construir dentro de nós um sentimento de compreensão e
saber quando desistir ou deixar desistir.
A vida é tão vasta e ao mesmo tempo tão efémera, vemos ir, acabamos por ir
um dia, sem quem nem porquê, só saberemos ou saberão o como, portanto, vamos
enfrentar os nossos medos, criar as nossas forças e construir os nossos
círculos de amigos ou família porque vão ser eles a segurar-nos e serão eles a
ver-nos partir.
Bem para finalizar e antes da banda sonora, deixo-vos algumas das
ilustrações do livro:
Esta imagem que se segue está naturalmente em inglês, mas a versão da Editorial Presença está exactamente igual e este é um dos pormenores que mais gosto deste livro, além da qualidade, o texto é várias vezes emoldurado por ilustrações.
Para finalizar mostro-vos outra ilustração que também é o poster que editora está a oferecer (limitado ao stock existente) na compra do livro.
E agora a música que acompanhou a leitura:
Espero que tenham gostado, até ao próximo post e sabem que mais? Sejam FELIZES :)
Agora ainda quero mais ler!!!
ResponderEliminarAinda bem que te despertei ainda mais a curiosidade :p Eu adorei e é um livro que podia perfeitamente ser lido por toda a gente que não perdiam nada :)
EliminarOlá!
ResponderEliminarAdorei a tua opinião! Fiquei com mais vontade de ler o livro.
Beijinhos e boas leituras.
Obrigada por teres lido e fico feliz por teres gostado ;) Espero saber a tua opinião quando te debruçares sobre este menino :p
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