Opinião - "A filha das estrelas" de Nora Roberts- Edições Chá das Cinco - Saída de Emergência




Sinopse

A bela e talentosa Emma vive num mundo de luxo e privilégio. Mas está prestes a descobrir que a fama não a pode proteger quando alguém deseja a sua morte. Salva de uma infância infeliz pelo pai, uma estrela pop em ascensão, a jovem cresce rodeada de amor, imersa no mundo da música, e com uma forte ligação à madrasta e ao irmão mais novo. Mas quando tudo parecia perfeito, dá-se a tragédia: o irmão morre numa tentativa de rapto. Após anos de dor e culpa, e de ser perseguida pela imprensa, Emma começa a sentir-se capaz de finalmente largar o passado. Determinada e confiante, atreve-se a começar uma carreira e até a apaixonar-se. Mas o homem com quem pretende casar-se não é quem parece. E o que fazer quando os segredos negros que esconde na sua mente são segredos que alguém está disposto a tudo para que não vejam a luz do dia?


Opinião

Nora Roberts é uma autora com a qual eu tenho uma relação de amor-ódio pura, tanto há livros que eu não suporto como há outros que eu vou mantendo na minha estante e até no meu top de favoritos, "Filha das estrelas" entrou diretamente para o meu top assim que o terminei.
Adoro esta nova imagem que a Edições Chá das Cinco tem impresso nos livros que vai lançando recentemente da autora, acho que tem captado o olhar de mais leitores, talvez pela beleza das capas alguns leitores tenham decidido dar oportunidade a esta senhora da literatura internacional. Confesso que não acho que esta capa se enquadre na história que li, no entanto, não posso deixar de dizer que tanto a capa como a contracapa são maravilhosas e a lombada fica muito bem na estante dando-lhe um ar de leveza conferido pela existência de várias borboletas ao longo da mesma.
"Filha das estrelas" vem trazer-nos uma das facetas mais conhecidas e melhor exploradas pela autora, uma drama familiar que se vai transformando aos poucos num romance com uma pitada de thriller o que, a meu ver, confere à narrativa uma certa versatilidade que vai sendo apresentada e explorada ao máximo ao longo das páginas do livro.
O livro está dividido em duas partes: a infância conturbada de Emma e a agitação do seu presente. Esta divisão acaba por dar ao leitor uma visão periférica sobre a narrativa, isto é, através dela somos capazes de perceber melhor a protagonista e mais tarde o seu perseguidor o que acaba por ser um ponto positivo já recorrente da escrita de Nora Roberts.
A violência na infância tem um papel muito importante na construção da vida e personalidade de Emma, principalmente quando esta leva a que tenha de se mudar de casa da mãe para a casa do seu pai. A busca de um lugar seguro, os constantes sustos provocados por pesadelos ou traumas de infância acabaram por tornar o livro muito empático, acho que posso dizer que qualquer pessoa se poderá identificar com Emma e sentir uma certa solidariedade em relação ao que sente e à forma como reage a todas a situações em que é colocada. 
A minha personagem favorita é sem dúvida Johnno, o grande amigo do pai de Emma. Talvez por ser tão naturalmente boa pessoa ou tentar dar aquela imagem de durão quando sabemos perfeitamente que é o coração mais mole da banda e quem mais tenta zelar pelo bem estar de Emma.
A faceta vedeta da protagonista não me agradou muito, mas entendo a razão pela qual foi explorada, afinal era necessário haver uma ponte entre o despertar da fama de Emma e o início das ameaças a que esta está sujeita. 
A escrita da autora é fluída como já nos tem habituado, moderadamente descritiva e com recurso a pequenos pormenores que vão fazendo sempre parte do grande mistério final.
Estranhei a ausência do foco em romance habitual, até porque não se trata de um livro do seu pseudónimo de policiais (J.D.Robb), mas não penso que o livro tenha perdido nada com esta decisão, aliás, tornou-o mais interessante e muito mais aprofundado no que toca à construção e exploração das personagens.
Recheado de personagens fortes como uma história de vida a contar e um enredo um tanto ou quanto previsível, mas que apesar dessa pequena falha acaba por não só entreter mas deliciar os leitores.

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