Opinião - Yggdrasil - Profecia do Sangue de MBarreto Condado

Boa Tarde meus novelitos!

Pelo nosso emaranhado hoje (finalmente) é dia de OPINIÃO!

Durante as minhas férias tenho lido bastante, mas não me tenho sentido inspirada para conseguir transmitir-vos por escrito todos os momentos e emoções que me têm acompanhado durante as leituras, no entanto, hoje é um dia (noite) diferente e decidi abrir o novo catálogo de opiniões com um livrito de fantasia gentilmente cedido pela Chiado Editora, fiquem para ver!




Edição/reimpressão:2015
Páginas: 368
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789895134717



Sinopse
E se a vida como a conheces pudesse ser muito mais?
Desde o início do tempo dos clãs, que os MacCumhaill se mantinham unidos. Família de poderosas mulheres e orgulhosos guerreiros. Tinha-lhes sido exigido um único sacrifício em troca da sua imortalidade, manter o equilíbrio entre os três mundos. E esse equilíbrio tinha sido quebrado. As portas estavam abertas facilitando a passagem de todos os seres sobrenaturais.
Seria Maria, uma jovem estudante portuguesa acabada de chegar a Dublin, a ajuda poderosa pela qual aguardavam há tanto tempo? Conseguiria ela aceitar tudo o que lhe era pedido? Acreditar neles e lutar ao seu lado? Dividida entre o seu dever e o amor que sente pelo herdeiro do clã irá descobrir que deve seguir o seu coração, mas esse também já não é seu. Tinha-o entregue àquele homem ainda antes de lho dizer.
Este era o início de uma nova Era… da Profecia do Sangue.

Sobre a autora


MBarreto Condado

Nasceu em Moçambique. Desde cedo descobriu que adora contar histórias, criar situações, personagens e locais que nos consigam despertar diferentes sentimentos transportando-nos através do tempo a sítios fantásticos onde só mesmo a imaginação consegue chegar. Sempre encorajada pela sua avó materna a nunca desistir dos seus sonhos, ganhou a coragem que lhe faltava para publicar o primeiro dos seus contos, embarcou assim em mais uma aventura mas desta feita no vasto mundo da Literatura Fantástica. 

Opinião
Yggdrasil é um livro que rapidamente nos consegue suscitar curiosidade, não só pela sua sinopse intrigante, mas também pelo próprio título da obra. 
Como já disse inúmeras vezes, gosto de partir para estes livros de olhos vendados, ou seja, sem saber muito sobre eles, no entanto, não consegui resistir à vontade de desvendar o mistério por detrás deste título particularmente misterioso, por isso, decidi fazer uma pesquisa sobre a sua origem e o que simbolizava. Qual não foi o meu espanto quando descobri que todo o Universo deste livro se desenrolava em torno de um fio condutor baseado em conceitos e particularidades da mitologia nórdica.
Todo o livro é uma fonte de partilha e aquisição de conhecimento relacionado com a tradição Celta, Viking e Irlandesa, uma mistura que inicialmente me pareceu um pouco improvável, mas que se revelou enriquecedora e extremamente difícil de largar. A variedade de expressões e conceitos associados a estas culturas acabou por se tornar no dos pontos fortes da obra.
A presença de um dicionário em forma de nota de tradução/autora no final da página onde surgem as expressões apresentadas num dialecto diferente também facilita bastante a leitura e torna a assimilação destes conceitos  mais rápida porque o leitor está em contacto quase directo com a sua tradução e não necessita de parar a leitura para procurar o significado no final do livro.
Antes de me debruçar sobre a história e o conteúdo propriamente dito quero apenas alertar para o facto de existirem algumas gralhas ao longo da narrativa, principalmente a frequente omissão de palavras no final das frases ou de letras no meio de palavras.
Posso dizer-vos que construir com este livro uma relação de amor-ódio, por um lado não conseguia parar de o ler porque acontecia imensa coisa ao mesmo tempo, mas por outro, achei extremamente confuso, em algumas partes da narrativa, a sucessão de acontecimentos a nível cronológico e lógico, isto é, algumas coisas aconteciam do nada, como se pairassem no ar e outros momentos simplesmente estagnavam numa situação aparentemente sem solução o que acabou por me deixar bastante intrigada e irritada quando não conseguia compreender porque se estava a desenrolar daquela forma.
Relativamente às personagens e às relações que estabelecem umas com as outras, tenho de admitir que me custou imenso compreender a paixão platónica da Maria e Rhenan e ainda me custou mais aceitar a facilidade com que as coisas se desenrolaram, entendo qual foi a intenção da autora, mas tendo em conta a extensão do livro e o ritmo da narrativa penso que poderia ter sido mais desenvolvido a um nível mais compassado e não acelerado.
Gostei da simbiose e do companheirismo que se estabelece dentro das relações afetivas das personagens, no entanto, penso que a Mãe de Rhenan, Eohgan, Lochan e  Fionn  começou como uma personagem de peso e terminou um pouco esbatida, acabando por repetir-se as mesmas situações/diálogos ao longo das suas aparições.
Os vilões desta trama foram apresentados com alguma leveza e não se demonstraram, pelo menos para já, como grandes entraves ao desenrolar da história, ou seja, de certa forma o livro tornou-se numa apresentação para o que poderá estar para vir num próximo volume.
No geral, adorei a história e a misticidade que a obra explorou e me deu a conhecer, no entanto, creio que alguns momentos/personalidades poderiam ter sido mais exploradas e melhor conseguidas.
Yggdrasil é um livro para os amantes da fantasia que não têm medo de explorar e têm mente aberta para processar todas as particularidades associadas a cada uma das personagens, às suas histórias e aos desafios que se encontram para atravessar.
Para finalizar gostaria ainda de salientar que gostei bastante do material de impressão e apresentação da obra porque se trata de um livro maleável, semelhante aos chamados paperbacks americanos, que permite que o leitor se sinta mais confortável durante a leitura porque o pode dobrar e abrir sem ter medo de quebrar a sua lombada.

Banda sonora que acompanhou esta leitura:






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