Acordamos os dois sem saber onde estamos ou como cá chegamos...
A sensação vertiginosa dos acontecimentos já começa a misturar-se e a criar trepidação neste espaço tão teu, tão meu e agora nosso.
Os cheiros tornam-se demasiado familiares e o edifício não pode ruir, não quando as paredes deixaram de sufocar a nossa voz. Têm ouvidos, mas não falam, podem sentir, mas não nos privam de nos tocarmos.
Caminho sobre a madeira fria, o chão range à minha passagem, não quero quebrar o silêncio, é de ouro e enquanto o aproveitarmos não há lugar para erros. 
O peixe não morre pela boca nem a paz pelas palavras, estamos silenciados "Shh", absorvidos pelo momento e não queremos sair.
Enquanto o dono da assoalhada não chegar, manter-nos-emos assim, ligados por um fio, na corda bamba à espera da hora da fuga.

1 comentário:

  1. Já me estava a perguntar quando é que vinha mais um textinho. Desta vez é mais curto mas a qualidade que te caracteriza e a que nos tens habituado está presente de igual forma parabéns.Continuação do excelente trabalho =)

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